Europa

França

Os céus carregados da França

Entramos novamente na França e estávamos muito motivados. Excelentes estradas – aliás, uma das melhores até agora – nos guiaram até a primeira cidade francesa dessa etapa: Beaune. No caminho, um clima quente e úmido gerava uma nebulosidade que tirava a fotógrafa do sério. Estávamos realmente muito felizes em voltar à rotina de mapas, roteiros, cidades e paisagens. 

Chegamos à Beaune e sentimos, na prática, os efeitos da alta temporada na Europa. Seguir sem rumo específico é um dos temperos dessa viagem, mas traz seus riscos. No período sem o Pezão, reservamos todos os hotéis do trajeto. Mas, com a sua volta, queríamos novamente seguir mais ao vento. Quase dançamos. 

Fomos direto ao camping de Beaune... Lotado! Essa, eu nunca tinha visto. Desistimos de acampar (ainda não seria dessa vez...) e começamos a procurar hotel. Encontramos, depois de algumas caras na porta, um meia-boca, a um preço razoável, e dormimos. 

O dia seguinte prometia bem mais. Começaríamos a nos encaminhar para a região montanhosa do leste da França, local de descanso do famoso Mont Blanc. Tínhamos pela frente as conhecidas cidades de Annecy e Chamonix. No início da viagem, passamos pela região de vinhedos do Jura e conseguimos algumas fotos. Logo depois, as estradas tornaram-se sinuosas e estreitas, mas a nebulosidade não diminuía. Depois, ainda piorou! Com nossa aproximação da montanha, que sempre faz o papel de barreira da umidade, a nebulosidade deu lugar a uma chuva torrencial. 

Ao final da tarde, após mais alguns quilômetros molhados, chegamos ao nosso camping, situado a dez minutos do centro de Annecy. A chuva era suficiente para nos obrigar a correr do carro até a administração do camping, o que nos desiludiu completamente em ficar na barraca. Por sorte, o camping era muito bem estruturado e possuía também quartos. Nem titubeamos e pegamos um. Tínhamos passado em um supermercado muito bom em Beaune, mas ainda não seria dessa vez que reinauguraríamos a barraca e as panelas em um camping europeu. 

Aproveitamos que o local dispunha também de internet e colocamos a parte de computadores em dia. 

Acordamos no dia seguinte e não precisamos nem olhar pela janela – o barulho da chuva deixava claro que o sol não daria as caras tão cedo. Não adiantava ficar se lamentando. Olhamos a previsão pela internet e ficou claro que o sol estava de férias em outro lugar. Combinamos de ficar mesmo assim por mais uma noite e aproveitar para dar uma descansada, reservando para Annecy, pelo menos, o almoço daquele dia. 

A perseverança foi recompensada. Após uma saída debaixo de chuva, chegamos ao Centro de Annecy em uma imensa janela de céu azul! Muita sorte! Apressamo-nos em aproveitar o momento, que sabíamos que seria curto, para tirar umas fotos. Annecy é mais bonita do que a encomenda – as águas do lago são incrivelmente azuis! 

Voltamos ao quarto um pouco mais felizes pela ajuda dos céus. Porém, a chuva já havia voltado forte e nossos próximos dias prometiam ser cinzentos.  

Mas essa é justamente a vantagem da viagem longa e de carro: “vamos procurar o sol!”. Nossa programação original era ficar por alguns dias nessa região da França e depois seguir para a Suíça. As previsões de tempo eram catastróficas! Olhávamos, incrédulos, para o cenário chuvoso de mais de uma semana para ambas França e Suíça. Abrimos o nosso horizonte de pesquisas e surgiu, então, um conhecido país para nos salvar – a Itália! Ela já seria nosso destino depois da Suíça, mas uma antecipação para fugir da chuva não cairia mal. 

 A previsão do tempo para a Itália era fenomenal! Sol e calor acima dos trinta graus! “É pra lá que vamos!”. Dirigimo-nos para o pé do Mont Blanc, de onde passaríamos à Itália por um túnel de mais de dez quilômetros. No caminho, a famosa Chamonix. A chuva não deu trégua durante todo o percurso, e as nuvens esconderam a parte mais bonita das montanhas. Foi assim, debaixo de muita água, que conhecemos Chamonix

Conseguimos perceber o quanto a cidade é charmosa, mas não nos animamos nem a descer do carro. Saímos rapidamente em direção ao túnel do Mont Blanc para atravessar para a Itália. Após algum engarrafamento, conseqüência, na verdade, de uma baita organização, chegamos à Itália. Já na primeira olhada, o tempo parecia melhor. Ainda não era o sol que queríamos, mas os pequenos azuis no céu eram animadores. 

A segunda visita à França acabou sendo tão curta como a primeira – o mau tempo nos fez reduzir a estadia para somente três noites. “Mas não tem problema! Vamos para a Itália!”. Íamos, inclusive, encontrar a nossa amiga Ana Paula, esposa do Julius! Essa nova visita à World Experience prometia ser muito curtida... Passaríamos quase uma semana em Milão! Risadas garantidas à nossa frente! 

Vamos em frente! Vamos ao encontro da Itália e da Aninha!