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Brasil - O maior desafio está em casa
Amyr Klink, do qual sou grande fã, falou em um de seus livros que o maior desafio de uma expedição é sair. Parece difícil acreditar que o maior risco dessa viagem é ela não acontecer, mas olhando para trás nos últimos meses, vemos que é verdade. É realmente possível que nenhum desafio à frente supere as inúmeras dificuldades que tivemos para amarrar todas as pontas que tornaram essa longa viagem possível. Tempo, recurso, momento, companhia, vontade. São muitas as variáveis!
Mas, enfim, partimos! Foi fantástico! A última semana ficou mais com cara de “colocar tudo dentro do carro e cruzar os dedos para não termos esquecido nada”. Pelo menos nada que não possa ser resolvido durante o trajeto. A saída do Rio, que aconteceu no dia 20 de janeiro, feriado de São Sebastião, padroeiro da cidade, foi de cinema! Acredito que poucas expedições de carro puderam contar com dois carros de apoio na saída e dois batedores de moto (risos)!! Sensacional! Valeu demais!! Um agradecimento especial pro meus pais, pra Alexandre e Dani, e pros motoqueiros Zidane e Delorme!>
Saímos em direção a São Paulo. Durante esse trajeto, e isso pode ser estendido para todo o caminho no Brasil, não tivemos problemas com chuva. Apesar de o mundo estar caindo muito próximo de nós em alguns momentos, gerando até desabamentos de pontes e matérias na mídia, cada vez que o Pezão foi pra rua o terreno estava tinindo. Chuva, só quando nós três dormíamos. Por sinal, ainda em Sampa, o dilúvio de noite transformou as Marginais do Tietê em leito de rio. O caos no trânsito instaurou-se logo de manhã. Aí que veio o primeiro sinal de que as diversas torcidas para que sigamos bem fazem, e fizeram, a diferença. Quando respiramos fundo e fomos encarar o trânsito na Marginal demos de cara com uma imensa poça, onde os carros estavam sendo impedidos de tentar passar e um caminhão estava parado bem no meio. Ao olhar o Pezão de cima embaixo o “oficial” local decretou: “Esse faz trilha! Esse pode!”! E lá fomos nós! Passamos sem susto, até porque a profundidade não estava lá essas coisas. Digamos que o mérito do Pezão nesse episódio foi mais, tipo, show de músculos! Aí ficou bonito, com todo respeito aos que penaram no engarrafamento!! Foi meia hora de Marginal só pra gente! Ninguém na frente, milhares atrás e dos lados! Uma Marginal do Tietê, em uma quinta-feira de dilúvio, só pra você, é pra poucos! Depois disso, qualquer sinal de transito mais demorado virou brinquedo e não abalou nosso humor...
Partimos em direção a Londrina, Paraná. Sem sustos... Uma estrada excelente e postos para abastecer e comer ótimos. Não vimos muito de Londrina, pois paramos só pra dormir e já de manhã partimos. Que valha comentário, somente a parada para trocar o graxa do Pezão (com todo respeito, parceiro!!!), algo que acabou ficando pra trás no Rio.
Depois de Londrina, chegamos a Foz do Iguaçu. Nosso primeiro camping!! Show de bola! Aproveitamos o contato próximo com o Pezão pra arrumar aquela parte que foi pra dentro do carro meio esculhambada. A tralha toda está cada vez mais funcional! Ficamos dois dias no camping e fomos às Cataratas! Sensacional! Demos a sorte de ter muita água! Voltamos encharcados e contentes! No camping conhecemos um motoqueiro chileno radicado há trinta anos em Florianópolis que estava justamente indo pro mesmo rumo que nós. Seu destino era o Atacama. Conversamos horas. Foi super válido! Pedro conhecia a região de longa data e com ele pegamos impagáveis conselhos para finalizar o detalhamento da nossa rota para as próximas semanas. Rumo à Argentina!